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Cidades

Professores fazem manifestação no Centro por salário e estrutura na Educação

Ato na Praça Ary Coelho e passeata integram programação em defesa do ensino público

Por Maristela Brunetto e Natália Olliver | 24/04/2024 10:57
Professores fizeram ato na Praça Ary Coelho e seguiram em passeata pelo centro (Fotos: Marcos Maluf)
Professores fizeram ato na Praça Ary Coelho e seguiram em passeata pelo centro (Fotos: Marcos Maluf)

Professores da rede pública de Campo Grande e cerca de 57 cidades do interior se reuniram nesta manhã no centro da cidade para um ato em favor da educação, dentro da programação da 25ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública. A mobilização inclui um ato que lotou a Praça Ary Coelho e passeata nas ruas centrais, passando pela 14 de Julho, Marechal Rondon e 13 de Maio, com expectativa de reunião de 2 mil pessoas durante a manhã. O movimento ganhou a adesão de professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que aprovaram greve a partir do dia 1º.

O movimento engloba pautas gerais, relacionadas à valorização da educação e também demandas pontuais, como no caso de professores da Reme (Rede Municipal de Ensino), representados pela ACP, que reivindicam a plena aplicação do PCC (Plano de Cargos e Carreiras) e atenção à saúde dos educadores.

Nas demandas salariais, o presidente da entidade, Gilvano Kunzler Bronzoni, apontou a necessidade de elevação do piso salarial para os parâmetros da lei federal, “que recebemos apenas 52% em 2022 e 70% e 2023.” Ele também mencionou necessidade de investimentos estruturais, citando especificamente a instalação de ar-condicionado. “Imagina 40 crianças com esse clima. Queremos em todas as escolas, não é luxo.”

O presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) de Ponta Porã, Edivaldo Vieira, 41 anos, informou que um grupo de 20 professores veio para a manifestação.

Das pautas locais, apontou a necessidade de reconhecimento de servidores das escolas como profissionais da educação. Mencionou, ainda, a necessidade de adoção da eleição de diretores pela comunidade escolar. Conforme disse, na cidade fronteiriça é feita lista tríplice para escolha pelo prefeito. ”Quem tem que escolher os representantes é a comunidade.”

Presidente da Fetems, Jaime Teixeira: desafio de pensar avanços na educação a longo prazo
Presidente da Fetems, Jaime Teixeira: desafio de pensar avanços na educação a longo prazo

Ele pontuou que o movimento não poderia ser visto como mera reivindicação salarial, mas defesa de valorização do ensino público, “que tenha estrutura e respeito pelas leis, com qualidade melhor, escola pública laica”.

Presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, apontou a urgência de ampliar vagas para as crianças da educação infantil. A ausência de creches é um problema que persiste há anos e a oferta de unidades não acompanha a demanda dos pais. Ele disse que a semana de mobilização não se apega a temas pontuais, mas a defesa de ações que são vislumbradas para um cenário de dez anos.

Mencionou o debate no Congresso do novo PNE (Plano Nacional de Educação), com validade de 2024 a 2034, citando a universalização do acesso e a reformulação do ensino médico como temas que exigem avanços.

Professora de escola indígena, Maria do Socorro cobra integração dos alunos e inclusão de conteúdo sobre os povos originários.
Professora de escola indígena, Maria do Socorro cobra integração dos alunos e inclusão de conteúdo sobre os povos originários.

Alunos indígenas - Maria do Socorro de Oliveira, professora de Matemática da aldeia terena Tereré, em Sidrolândia, veio à Capital para o ato. Ela defendeu a valorização e inclusão da cultura indígena no ensino regular, com empatia na integração dos alunos que passam a morar na cidade e estudar em escolas “não indígenas”.

“Ele vê apenas no dia dos povos originários e não tem mais nada pra ele se sentir parte.”

Ela lembra que a legislação fala sobre a introdução do assunto de forma interdisciplinar, mencionando que disciplinas como História e Português devem incluir em seus conteúdos a realidade dos indígenas. “Estamos no Estado e não vemos os povos indígenas e, quando vemos, é o de 1500. Pelados, morando em oca e isso não é a nossa realidade”, exemplificou.

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